FRASE FOCADA DA SEMANA
“Notícias em tempo real deve ficar para veículos instantâneos - rádio, televisão e internet. Jornal deve ocupar-se com o desconhecido. E enxergar o amanhã”.
Ricardo Noblat - jornalista, no livro "A arte de fazer um jornal diário"


Le Parkour ganha espaço entre os jovens da região

Modalidade condiciona fisicamente, promove um auto-conhecimento e confiança em quem a pratica

O le parkour ou somente parkour, como também é conhecido, é uma modalidade esportiva que consiste em deslocar-se o mais rápido possível e de maneira mais eficiente de um ponto A à um ponto B. Tal deslocamento se dá, basicamente, por ambientes urbanos e, os “traceurs”, como são chamados os praticantes, executam várias movimentos que exploram o limite do corpo humano, com influências variadas, que permeiam as artes marciais, a ginástica olímpica, e até a brasileiríssima capoeira.
Em Piracicaba, o parkour é praticado desde 2007 pelos precursores na cidade, Pablo Ferraz e Gustavo Rodrigues, o Guh. “Nos conhecemos pela internet e marcamos de se encontrar no SESC. Lá, conversamos um pouco e combinamos de treinar nas ruas”, diz Pablo. O analista de sistemas, de 21 anos, acrescenta que “além dos benefícios de melhora no nosso físico e mental, no parkour a gente faz amigos e está em contato com a natureza”.
Alexandre Alves Satiro, o popular “Chandú”, 29 anos, administrador é praticante da modalidade há tês anos. O integrante do grupo de parkour de Santa Bárbara d’Oeste, também frequenta treinos com os grupos das cidades da região. “Treino com o grupo da minha cidade, mas quase sempre também pratico o parkour com os grupos de Piracicaba, Limeira, Rio Claro e Americana. A gente acaba fazendo vários amigos e conhecendo outras lugares”, diz Satiro.
Apesar de não se ter campeonatos e federações da modalidade no país, a ABPK (Assoc. Brasileira de Parkour) em conjunto com os grupos regionais e estaduais, organiza os encontros nacionais da modalidade. O último foi o 5º encontro brasileiro de parkour, realizado nos dias 12 e 13 de dezembro de 2009 em Salvador e contou com a participação de “traceurs” de vários estados do país. Em São Paulo, os encontros da modalidade já somam quatro anos consecutivos, sendo o último realizado em Santo André, no ano passado.
SEGURANÇA – Para a prática segura da modalidade deve-se utilizar camiseta, bermuda (ou calça esportiva) e tênis de preferência com amortecedor e em caso de insegurança do praticante, é aconselhável o uso de capacete, joelheiras e munhequeiras. Contudo, mais que equipamentos de proteção, é necessário que haja um alongamento, um aquecimento antes e um resfriamento após a prática do parkour. Vale lembrar que a chave do sucesso para a prática segura de cada “traceur”, inclui respeitar o seu próprio limite físico, evitando possíveis lesões.
Mais informações sobre o parkour podem ser obtidas através do site da ABPK: http://abpkbrasil.wordpress.com

Texto: Renan Bosquilia
Publicação: Renan Bosquilia

Instrumento de trabalho dos jornalistas, a voz requer cuidados

Instrumento preciso, porém frágil e sensível. Principal instrumento de trabalho de jornalistas que atuam em rádio e televisão, a voz requer cuidados e nem todo profissional lhe da à devida importância. O mau uso da voz pode agravar rouquidões, desenvolver nódulos na garganta e comprometer o desempenho profissional.

Podemos classificar como mau uso da voz o profissional que: não realiza exercícios de aquecimento e desaquecimento quando sabe que vai usá-la por um longo período, ingere alimentos gordurosos ou derivados de leite que deixam “pigarras” nas pregas vocais, excedem o volume da voz em ambientes com poluição sonora, utilizam roupas que prejudiquem a respiração e, principalmente, que não faz acompanhamento com um fonoaudiólogo.

No entanto há exceções, a exemplo do jovem jornalista Leandro Bollis, de 26 anos. Coordenador de jornalismo da Rádio Brasil) e do portal SBNotícias em Santa Bárbara e narrador esportivo das rádio Onda Livre (Piracicaba), Bandeirantes (Campinas) e Brasil, Bollis é um dos poucos profissionais que se preocupam com a voz.

Em ascensão na carreira, por pertencer ao grupo Bandeirantes de Comunicação e ter a possibilidade de narrar ao lado de profissionais renomados, o jovem jornalista sabe da importância da voz para sua profissão. “Caso o profissional não tome o devido cuidado principalmente com a voz, pode sofrer seqüelas irreversíveis, como por exemplo, a rouquidão”, disse.

Ele conta que aprendeu a “dosar a voz e evitar o desgaste desnecessário” já que tem nela a “ferramenta necessária para realização do trabalho diário”. Mas, isso aconteceu depois que começou a perceber diferenças na voz ao final das partidas. “No inicio da carreira eu terminava uma transmissão praticamente sem voz. Porém, passado algum tempo, aprendi a dosar o uso da voz, evitando o desgaste desnecessário.”, contou.

Hoje, Bollis mantém uma rotina de cuidados e os redobra no período de inverno, por conta das mudanças bruscas de temperatura. Além disso, não fuma, evita o consumo de bebidas alcoólicas em períodos com grande quantidade de jogos, mantém uma alimentação equilibrada e procurar dormir ao menos oito horas por dia, mesmo que seja durante um vôo ou a caminho de algum estádio.

Com a ajuda de uma fonoaudióloga, desenvolveu uma série de exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal, bebe muita água e evita alimentos e bebidas que causem “pigarras”. “Costumo beber bastante água e evito bebidas gasosas, no caso refrigerante, e também tomar café. No passado, tomava água com cravo nas transmissões. No entanto, atualmente tomo apenas água sem mistura”, relatou contando que abandonou as soluções caseiras.

Mesmo tomando todos esses cuidados, por conta da rotina de viagens e narrações, ainda assim o jornalista percebe diferenças na voz ao final da transmissão. “Principalmente após um longo período de uso. Evidentemente, quanto mais eu falo e fico mais tempo no ar, a voz acaba sofrendo uma pequena alteração”.

Para manter a saúde vocal, é sempre recomendado beber de 7 a 8 copos de água por dia; só utilizar pastilhas, sprays ou medicamentos mediante indicação médica; evitar automedicação e soluções caseiras (gengibre, romã, etc.); evitar roupas que apertem a garganta e o diafragma; evitar refrigerantes, gorduras e condimentos; realizar exercícios regulares de relaxamento, avaliações auditivas e fonoaudiológicas periódicas; e manter a melhor postura da cabeça e do corpo durante as transmissões.

Texto: Michele Trevisan
Publicação: Michele Trevisan

Bate-papo com o jornalista Marcelo Basso, sócio proprietário do Engenho da Notícia

A equipe do Foca no Jornal publica a integra do bate-papo descontraído com o jornalista e sócio-proprietário da empresa de assessoria de imprensa Engenho da Noticia, da cidade de Piracicaba, realizada no mês de maio para o trabalho final da disciplina de introdução ao Jornalismo I, que fala sobre “Segmentação e especialização do Jornalismo”.

Na ocasião, Marcelo Basso recebeu os integrantes do “Foca” nas dependências da assessoria e falou sobre os trabalhos desenvolvidos pela empresa, de seus 12 anos de carreiras e do papel da assessoria de imprensa. Além disso, opinou sobre os impactos da internet no jornalismo e sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que acabou com a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão.

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Confira a entrevista com Marcelo Basso:

Foca no Jornal: Assessoria de imprensa é jornalismo? Precisa de formação especifica para trabalhar na área?

Marcelo Basso: O assessor de imprensa é um servidor e não um jornalista. Esse é o papel do assessor Assessoria de imprensa, inclusive, é o segmento que mais cresce. Jornalista é jornalista a todo o momento, vai ter que cobrir enchente, festa, velório, posse de prefeito. Sou muito mais um vendedor de notícia do que jornalista. A assessoria de imprensa é mais fonte do que contato. Não precisa ter faculdade para ser assessor de imprensa. Posso contratar tranquilamente alguém que não tenha MTB, mas que saiba produzir um texto e vender essa notícia.

FJ: Qual a dificuldade em transformar fatos comerciais em notícia?

MB: Não tem uma técnica, não tem uma regra. Tem cliente que requer um bom texto. Tem cliente que nem texto quer, apenas quer emplacar a noticia dele. E se você souber falar com a pessoa certa não precisa de release, de nada. É só ‘assoprar’ no ouvido da pessoa certa. A experiência de mercado e a credibilidade te possibilitam isso. Eu com 12 anos de profissão tenho isso, apesar de achar que serei um bom assessor daqui uns 13 anos, com 25 de profissão O cliente quer capa de jornal e o assessor tem a melhor noticia e o melhor evento para ‘vender’ aos meio de comunicação.

FJ: Passaram-se 14 anos desde a sua formação em jornalismo. O que mudou no jornalismo desse período até os dias atuais?

MB: O jornalismo está tão chato. A gente tinha um lema, no meu tempo de faculdade falava isso, era até uma brincadeira do mau jornalista, quando você mandava o jornalista cobrir um treino de futebol, ele passa por um incêndio ia para o treino chegava à redação e contava que viu o incêndio e não registrou. Isso era um absurdo. Hoje é possível isso acontecer. A pauta sai tão fechada que o ‘cara’ sai para fazer aquilo, principalmente na televisão. Ele sai como se fosse um mensageiro de guerra, se ver alguma coisa passa reto. Transformaram o jornalismo em uma maquina. Não tem sensibilidade de ver um fato acontecendo e passar reto.

FJ: Qual o impacto da internet no jornalismo? E especificamente na assessoria de imprensa?

MB: O jornalismo é o mesmo. O que mudou na verdade foi a noticia dada de forma instantânea. Os jornais impressos discutem hoje como dar no dia seguinte a noticia de um jogo que terminou depois da meia noite. Não tem o sentido dar que ganhou de 1 a 0. Esse impacto para o jornalismo impresso foi fatal, mas não morreu. Têm dados que mostram que o jornal está crescendo. A desvantagem da internet é que ela não acrescentou algo de inovador a não ser o fato de você ter a imagem em praticamente tempo real. Um agravante sério que teve com a internet, que na verdade não é da internet, mas ela agravou o problema, é a dependência da imagem. Isso “matou” o jornalismo. Hoje é comum vermos no jornalismo foto-legenda, onde a imagem diz pelo fato e a legenda completa a informação. Isso já existia com o jornal, quando ele passou a utilizar cor e fotos, mas se agravou com a internet. Se você tira a imagem, a legenda não diz nada. Para a assessoria de imprensa foi extremamente benéfica à internet. Podemos disparar os relesses com mais facilidade.

FJ: Qual sua opinião sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão?

MB: Sou contra o diploma. Jornalista é vocação e não precisa de diploma, não se faz em faculdade. Ou você é ou você não é. Se você é jornalista podem mandar você fazer qualquer matéria, seja de esporte ou cultura, que você faz. Não existe segmentação no jornalismo, como vemos na medicina. Jornalista tem que ser especialista em generalidade. Faço 12 assessorias de imprensa, sobre automobilismo, shopping. Ninguém é obrigado a entender de automobilismo ou de qualquer outro assunto. Vivo criando noticia que não tem nada a ver comigo. O jornalista tem que relatar e acabou. Mesmo que você não entenda de algum assunto mais especifico, você vai escrever o que você entendeu Jornalista é jornalista a todo o momento, se você for cobrir uma enchente, uma festa, um velório, uma coletiva de um prefeito. Se não tiver isso em mente não é jornalista.

FJ: O que o jornalismo lhe proporcionou nesses seus 12 anos de carreira?

MB: Credibilidade. Em 12 anos de experiência ganhei uma coisa que dinheiro não pode dar: credibilidade com os clientes. Eu posso disparar meu release tranquilamente que ele é aceito em todo o lugar do país. É a única coisa que consegui com assessoria de imprensa. Não consegui dinheiro, nem vou ficar milionário, mas credibilidade eu tenho.
Eu nunca pensei em ser jornalista. Sempre gostei de escrever, sempre li muito, estava procurando algum curso, não tinha nada na área de escritor, e resolvi prestar jornalismo. Mas, nunca me preocupei em exercer. Tanto que terminei a faculdade a ultima coisa que queria ser era jornalista. Eu tenho vocação pra vender, sempre tive. Eu me acho um vendedor de noticias. O que eu faço efetivamente é vender noticia.

FJ: Em sua opinião, o que as escolas de jornalismo devem priorizar na formação do profissional?

MB: O essencial do jornalismo não se aprende na faculdade. É claro que aprendemos sobre as técnicas e a estética da profissão, mas ética que se discute muito na faculdade, o curso não vai te dar. Ética vem de casa, vem de berço. A teoria da faculdade se usa muito pouco. Tanto que eu saí da faculdade e a última coisa que queira ser era jornalista. É na pratica que você aprende a exercer o jornalismo. A gente não envelhece para o mercado. Como jornalista você vai ficar cada vez mais velho, cada vez melhor. É uma profissão intelectual. O profissional mais velho tem experiência, sabe os caminhos da noticia. Já o jovem tem gás.

Sobre o jornalista Marcelo Basso: Formado em jornalismo pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), concluiu a graduação em 1996. Como sempre leu muito e gostava de escrever procurou um curso na área de escritor e como não encontrou cursou Jornalismo. Começou a trabalhar na área em 1998, como assessor de imprensa e desde então só trabalhou em assessoria. Antes disso trabalhava como vendedor de loja. Por quatro anos trabalhou na assessoria do Senai, depois passou cinco anos assessorando a Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), e por três anos atuou como assessor da Prefeitura de Piracicaba. Após essas experiências, resolveu abrir sua própria empresa de assessoria, hoje o Engenho da Notícia, única empresa de assessoria de Piracicaba.

Sobre o Engenho da Notícia: A idéia do Engenho da Notícia surgiu no período em que Marcelo Basso se considera profissional do jornalismo, há 12 anos. A assessoria existe há quase cinco anos como empresa - que emite nota fiscal, paga imposto – e é a única de Piracicaba. A empresa conta atualmente com quatro jornalistas, sendo Marcelo, sua sócia Luciane Anhão e mais duas jornalistas, além de uma secretária. E faz assessoria a 12 clientes fixos, além dos que são temporários. Dentre os clientes estão a Rede de Farmácias Drogal, o Café Morro Grande, o Shopping Piracicaba, o ICPA (Instituto do Conhecimento e Ciências Aplicadas), o IAPA (Instituto de Avaliações e Perícias Automotivas), entre outros.

Texto: Michele Trevisan
Produção: Foca no Jornal
Publicação: Michele Trevisan
Fotos: Yohann dos Santos Ribeiro

Engenho da Notícia é tema de trabalho do Foca no Jornal




A assessoria de imprensa Engenho da Notícia, de Piracicaba, é tema de pesquisa e seminário sobre a “Segmentação e especialização no Jornalismo”. No mercado há quase cinco anos, a assessoria foi escolhida pela equipe do Foca no Jornal como fonte de pesquisa para a realização do trabalho final da disciplina de Introdução ao Jornalismo I.

Com o objetivo de abordar o desenvolvimento dos diversos meios de comunicação no jornalismo, integrantes do “Foca” conheceram as dependências da empresa e tiveram um bate-papo descontraído com Marcelo Basso, jornalista e sócio-proprietário do Engenho da Notícia, sobre o papel da assessoria de imprensa.



“Assessor é um servidor e não um jornalista. O assessor é um vendedor de noticia e esse é um pouco do mundo da assessoria de imprensa. Somos mais fonte do que contato. Para transformar assuntos dos clientes em noticia é só ‘assoprar’ no ouvido de pessoas certas, não precisa nem disparar release. A experiência de mercado possibilita isso”, relatou Basso durante a entrevista.




Formado pela Unimep em 1996, Marcelo Basso contou que é contra a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista. “Jornalista é vocação e não precisa de diploma. Ou você é ou você não é. Se você é jornalista podem te mandar fazer qualquer matéria, seja de esporte ou cultura, que você faz”. Uma das únicas empresas de assessoria de imprensa da região, o Engenho da Noticia presta serviço a 12 clientes, dentre eles o Shopping Piracicaba, a rede de farmácias Drogal e a marca de café Morro Grande. Atualmente, possui uma equipe composta por quatro jornalistas, sendo Marcelo, sua sócia Luciane Anhão e mais duas profissionais.


Texto: Michele Trevisan
Publicação: Michele Trevisan
Fotos: Yohann dos Santos Ribeiro

Entrevista com a Jornalista Mirna Tonus

A equipe Foca no Jornal entrevistou a Jornalista, mestre em Educação, doutora em Multimeios, e professora universitária, Mirna Tonus sobre tendências e a importância do Jornalismo.


Mirna tem 20 anos de experiência na área de Comunicação, com ênfase em Pesquisa em Comunicação e Tecnologias da Informação e Comunicação. É vice-presidente Editorial e de Comunicação do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FMPJ), gestão 2010-2012. Membro do GT Campanha em Defesa da Profissão/Regulamentação do Jornalismo (2008).

Foca no Jornal - Em sua opinião, como se constituiu o jornalismo moderno tendo como influência a democracia e o capitalismo? Nessa “era moderna” é possível vermos coberturas isentas e mensagens confiáveis?


Mirna Tonus - A construção do jornalismo nesses termos - democrático e capitalista - enalteceu seu papel mediador entre as instituições e o público, servindo como um porta-voz, um "representante" do povo com "liberdade" de expressão. Entretanto, na relação capitalista, essa "voz" é limitada pelos interesses comerciais dos veículos, daí que todas as coberturas e mensagens devem ser analisadas criticamente, à medida que correspondem às linhas editoriais e aos vínculos das empresas jornalísticas com instituições políticas. Evidentemente, o jornalista que faz um trabalho sério, independentemente dos interesses do veículo, busca, com certeza, transmitir mensagens confiáveis, apurando todos os lados, ainda que a isenção seja um mito.


FJ - Com o surgimento de novas tecnologias, como o jornalismo se adapta a essas mudanças? Qual é a tendência do jornalismo para os próximos anos se esse ritmo permanecer?

MT - A adaptação do jornalismo às mudanças proporcionadas pelas novas tecnologias, entendendo novas como as tecnologias digitais de informação e comunicação, especialmente via internet, tem sido bastante complexa. A possibilidade de publicação por todo e qualquer cidadão altera a relação com a informação jornalística. Muito mais que adaptar-se, o jornalismo tem enfrentado desafios para se desenvolver nesse complexo ambiente. A tendência, a meu ver, é ele complexificar-se ainda mais, tornando-se multiformato, multilinguagem, multimídia e mais democrático, apesar de ainda dependente do sistema capitalista.

FJ - Quanto à decisão de não precisar de diploma para exercer a profissão de jornalista, ela é fundamentada especificamente no cumprimento do exercício da democracia ou tem outros motivos?


MT - A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) baseou-se, como declarado no acórdão disponível no site da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) - http://www.fenaj.org.br/diploma/acordao_stf.rtf -, no argumento da liberdade de expressão, direito difuso em uma democracia, contrapondo o diploma a essa liberdade. A motivação, considerando o histórico de liminares e recursos, demonstra a tentativa de fazer prevalecer os interesses de veículos de comunicação sobre o papel social do jornalismo. Jornalista segue código de ética, adota técnicas de apuração e redação/produção para apresentar as informações seguindo determinada estética, tripé esse - ética-técnica-estética - contemplado em sua formação profissional. Sem o diploma, o jornalismo está ameaçado.


Foto: Mirna Tonus

Texto: Mirna Tonus e Suzana Carrascosa Storolli

Publicação: Suzana Carrascosa Storolli