Instrumento preciso, porém frágil e sensível. Principal instrumento de trabalho de jornalistas que atuam em rádio e televisão, a voz requer cuidados e nem todo profissional lhe da à devida importância. O mau uso da voz pode agravar rouquidões, desenvolver nódulos na garganta e comprometer o desempenho profissional.
Podemos classificar como mau uso da voz o profissional que: não realiza exercícios de aquecimento e desaquecimento quando sabe que vai usá-la por um longo período, ingere alimentos gordurosos ou derivados de leite que deixam “pigarras” nas pregas vocais, excedem o volume da voz em ambientes com poluição sonora, utilizam roupas que prejudiquem a respiração e, principalmente, que não faz acompanhamento com um fonoaudiólogo.
No entanto há exceções, a exemplo do jovem jornalista Leandro Bollis, de 26 anos. Coordenador de jornalismo da Rádio Brasil) e do portal SBNotícias em Santa Bárbara e narrador esportivo das rádio Onda Livre (Piracicaba), Bandeirantes (Campinas) e Brasil, Bollis é um dos poucos profissionais que se preocupam com a voz.
Em ascensão na carreira, por pertencer ao grupo Bandeirantes de Comunicação e ter a possibilidade de narrar ao lado de profissionais renomados, o jovem jornalista sabe da importância da voz para sua profissão. “Caso o profissional não tome o devido cuidado principalmente com a voz, pode sofrer seqüelas irreversíveis, como por exemplo, a rouquidão”, disse.
Ele conta que aprendeu a “dosar a voz e evitar o desgaste desnecessário” já que tem nela a “ferramenta necessária para realização do trabalho diário”. Mas, isso aconteceu depois que começou a perceber diferenças na voz ao final das partidas. “No inicio da carreira eu terminava uma transmissão praticamente sem voz. Porém, passado algum tempo, aprendi a dosar o uso da voz, evitando o desgaste desnecessário.”, contou.
Hoje, Bollis mantém uma rotina de cuidados e os redobra no período de inverno, por conta das mudanças bruscas de temperatura. Além disso, não fuma, evita o consumo de bebidas alcoólicas em períodos com grande quantidade de jogos, mantém uma alimentação equilibrada e procurar dormir ao menos oito horas por dia, mesmo que seja durante um vôo ou a caminho de algum estádio.
Com a ajuda de uma fonoaudióloga, desenvolveu uma série de exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal, bebe muita água e evita alimentos e bebidas que causem “pigarras”. “Costumo beber bastante água e evito bebidas gasosas, no caso refrigerante, e também tomar café. No passado, tomava água com cravo nas transmissões. No entanto, atualmente tomo apenas água sem mistura”, relatou contando que abandonou as soluções caseiras.
Mesmo tomando todos esses cuidados, por conta da rotina de viagens e narrações, ainda assim o jornalista percebe diferenças na voz ao final da transmissão. “Principalmente após um longo período de uso. Evidentemente, quanto mais eu falo e fico mais tempo no ar, a voz acaba sofrendo uma pequena alteração”.
Para manter a saúde vocal, é sempre recomendado beber de 7 a 8 copos de água por dia; só utilizar pastilhas, sprays ou medicamentos mediante indicação médica; evitar automedicação e soluções caseiras (gengibre, romã, etc.); evitar roupas que apertem a garganta e o diafragma; evitar refrigerantes, gorduras e condimentos; realizar exercícios regulares de relaxamento, avaliações auditivas e fonoaudiológicas periódicas; e manter a melhor postura da cabeça e do corpo durante as transmissões.
Texto: Michele Trevisan
Publicação: Michele Trevisan
Instrumento de trabalho dos jornalistas, a voz requer cuidados
Postado por Foca no Jornal às 11:19
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário